quarta-feira, 26 de junho de 2013

Moreirices

Aquando da sua recente filiação oficial ao Partido Socialista, Isabel Moreira classificou a derrota do seu novo clube nas legislativas de 2011 como "injusta". Terei de voltar a conferir as estatísticas, mas se a memória não me falha, o PS teve mais posse de bola, mais oportunidades (lembro-me de um remate do Teixeira dos Santos à barra depois de um passe de morte do Amado), mas o contra-ataque do PSD foi letal, beneficiando até de um golo num fora de jogo milimétrico.
Não entendo como o resultado de um sufrágio universal numa democracia pode ser injusto, quando esta foi precisamente a fórmula mais justa que a humanidade conseguiu conceber para legitimar governantes. Entendo que Isabel Moreira queira com esta afirmação condenar o governo que se seguiu à eleição; ignora, no entanto, que as eleições são a melhor forma que os cidadãos têm de sancionar ou premiar o trabalho de um governo. Há dois anos, castigaram Sócrates nas urnas, e viram em Passos Coelho a alternativa mais credível. Uma expectativa que saiu gorada, não pela agenda ideológica que apregoa a oposição, mas por uma enxurrada de erros crassos, mais até do foro político que económico. E serão castigados nas próximas legislativas. Como é justo.
Isabel Moreira, numa tentativa inevitável de ataque ao governo aquando da sua adesão ao principal partido da oposição, conseguiu, isso sim, atacar o sistema eleitoral e, mais além, a democracia. O seu pai deve estar orgulhoso.

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