segunda-feira, 15 de abril de 2013

há poucos gajos inteligentes e muitas torradeiras no lugar onde deviam estar gajos minimamente inteligentes

Maia Panjikidze, ministra dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, em posse há 5 meses, veio a Portugal e deu uma entrevista ao programa Sociedade das Nações. A simpática senhora é uma competente político, ideal no discurso para fazer os actos de charme que a Geórgia precisa, pretendendo integrar a NATO e a União Europeia, e isso o comprova o facto de ter sido claro que tanto o Nuno Rogeiro como o Martim Cabral facilmente denotavam uma postura favorável a estas pretensões no final, mas mais interessante foi por o conflito Rússia-Geórgia ser dos últimos conflitos europeus em que é possível ver em directo as dissenções diplomáticas, por ora. Mas há uma coisa que ressalta sempre, no programa, independentemente do convidado: Nuno Rogeiro. Dá para aprender história apenas pelas perguntas que faz. Quem vê o programa perde a conta das ocasiões em que os entrevistados afirmaram "essa é uma excelente pergunta", antes de redarguir menos comodamente. Ensine-se o que seja sobre entrevistas nos cursos de jornalismo que será sempre inútil. Seria mais sensato adestrar conteúdo que servisse como base para fazer as perguntas devidas; a única forma que pode melhorar uma entrevista é a retórica. Mais: a superioridade intelectual não dissimulada, felizmente, que tem com o Martim Cabral é deliciosa. Ri-me quando ele se vira para o Martim e diz, no último programa, "estás a brincar", enquanto debatem, ou o Nuno Rogeiro corrige o Martim, a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial.

Por outro lado, e para apontar a raridade de mentes como a do Nuno Rogeiro, e justificar o título, um associado da FENPROF, não reparei quem, apenas ouvi, disse que tudo faria para que o Governo actual deixasse de exercer funções porque "está literalmente a demolir o ensino". É apenas pelo literalmente. Sempre tentei acreditar que, pelo menos, qualquer professor que tenha tido o saiba empregar da maneira correcta. O que qualquer torradeira consegue aos 8 anos.

E celebremos todos a vitória gorda do "filho" do El Gigante, que não me admiraria que fosse pior que o seu antecessor, uma das entidades esotéricas mais rapidamente criada postumamente, que já endossa passarinhos abençoadores.

Por último, não podia simplesmente fazer de conta acerca da minha longa inatividade - a omissão do "c" foi apenas para ferir uma personalidade, segundo maior especialista no acordo ortográfico da cidade do Porto; de Guimarães, tenho de fazer a adenda, senão ele não me perdoaria. E grande adepto do Guimarães; foda-se, isto é demasiado fácil.