sexta-feira, 13 de junho de 2014

Rotos e Nus

Apesar do disfarce, toda a gente teve consciência de que alguma coisa teria de mudar, que o rumo que o partido levava até então iria redundar numa escassa vitória nas legislativas, embaraçosa para o partido, perigosa para a governabilidade. Não foi, como Assis logrou dizer sem denunciar sequer um leve sorriso, uma vitória de Seguro; foi, sim, uma vitória apesar de Seguro. A contradição entre o dia das eleições, em que o PS festejava efusivamente uma vitória curta contra o grupo de governantes mais contestado da democracia e o entusiasmo com que abraçaram a expectativa de Costa avançar para a liderança foi deliciosa.

Ninguém sai limpo deste processo. Por se ter seguido a uma vitória, ainda que escassa, quando houve um timing mais adequado anteriormente para avançar, António Costa consporcou-se no processo de candidatura, perdendo um pouco a aura sebastianista que vinha alimentando. Seguro não ganhará, mas sonha em reforçar a sua liderança partidária, num processo eleitoral confuso e inadequado saído do seu brilhante encéfalo, e com a argúcia dos grandes estadistas, preparar-se-á para ser um primeiro-ministro sem capacidades e sem poder parlamentar, que seria chacinado pelos seus iludidos eleitores quando estes se apercebessem do obsceno vazio intelectual deste indivíduo alienado.

Enquanto isto, o PSD esfrega as mãos e apresenta uma vergonhosa falta de brio e uma memória tão curta que é só não choca por já sabermos que na política os escrúpulos são mito:
Juro da dívida dispara com demissão de Portas - 2 de Julho de 2013

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