quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ódio Intestinal

“Na gíria popular o futebol português funciona como aquele fenómeno fisiológico conhecido como ânus, onde temos duas nádegas que se enfrentam uma frente à outra, imponentes, não saindo de lá, dizendo uma à outra eu estou aqui e sou melhor que tu." - Bruno de Carvalho

Um aviso: esta pequena crónica com que vos presenteio é exclusivamente um ataque pessoal e odiento à figura de Bruno de Carvalho, mas longe de mim querer com isto atacar a substância da analogia que engendrou. Muita coisa se passará no futebol português; faço por ignorar o espectáculo de bastidores, concentrando-me na actividade artística, essa sim relevante. Para os dirigentes, o jogo é um meio, não um fim. Muitos deles nem percebem muito daquilo, a praia deles é mais o negócio, por cima ou por baixo da mesa. São paradigmáticos dos hábitos lusitanos corruptos e de compadrio.  É, portanto, pertinente comparar este putrefacto ambiente à zona glútea.

Mas Bruno de Carvalho conseguiria, com o seu misto de impertinência e sobranceria, estragar a mais engenhosa das metáforas. O seu semblante presunçoso e o seu humor pseudo-sarcástico sugam toda a eventual validade das suas infelizes declarações.

Poderão sentir um ligeiro rancor quando me refiro ao presidente do Sporting. Devo referir que nada tem a ver com o facto de os leões terem ficado este ano, pela primeira vez desde que me nasceu o meu primeiro pêlo nas axilas, à frente do meu Porto. Com ele, foi ódio à primeira vista. Tem um aspecto arrogante, pedante e desdenhoso que me enoja. O timbre escabroso da sua voz é perturbador. Esboça sempre um sorriso desaforado que inspira violência. É um narciso egocêntrico, que nas vitórias faz questão de festejar com os todos jogadores focados pelas câmaras, esbracejar efusivamente, para que não se esqueçam que a vitória também foi dele.

Há todavia um aspecto que me enoja por demais: este seu devaneio quimérico de que ele detém a verdade, um paladino da frontalidade e da coragem, um baluarte inabalável da verdade e da justiça, um Marinho e Pinto dos meandros futebolísticos. Os portugueses adoram estes messias correctores de costumes. Há um problema óbvio nesta genuinidade: corremos o risco de cair em contradições. Declarações com esta, estaesta e sobretudo esta, carregadas de irresponsabilidade, além de mostrarem uma lamentável puerilidade e ignorância, são precisamente o que está de errado com a classe de dirigentes. Casos de violência entre adeptos ou erros gritantes de arbitragem têm, num grande número de ocasiões, origem em atitudes institucionais com estas. Bruno de Carvalho consegue a proeza de agir como as pessoas que critica, ao critica-las.

E se todas estas razões não fossem suficientes para o odiar, ficamos agora a saber mais duas, todas relacionados com o seu aparelho digestivo: Bruno de Carvalho acha que o ânus é um fenómeno fisiológico e que as suas nádegas estão em constante disputa sobre qual das duas é a melhor. É caso para o mandar à trampa.

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